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Síndrome Nefrótica

Autor:
Vineel Kumar
Touro University - California, US
Tradução por: Sara Barreto, MD, Ana Cristina Martins, MD

Esta informação é fornecida apenas para fins educacionais e informativos, e não constitui a prestação de conselhos médicos ou serviços profissionais.

O que são os rins e qual a sua função?

 Os rins são dois órgãos em forma de feijão localizados em cada lado da coluna vertebral. Os rins desempenham um importante papel no corpo humano.
 

Cada rim tem um milhão de pequenos filtros (chamados glomérulos) que atuam como um filtro ou uma peneira. Quando o sangue passa por estes filtros, os componentes benéficos (como os glóbulos vermelhos, proteínas, açúcar, etc) são retidas, enquanto o excesso de água e os produtos do metabolismo (“tóxicos”) das células são removidos através da urina.

Os rins também mantêm a nossa pressão arterial, produzem uma hormona que estimula a produção de glóbulos vermelhos (hemoglobina) e também ativam a vitamina D para manter os ossos saudáveis.

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O que é a Síndrome Nefrótica?

A Síndrome Nefrótica caracteriza-se pela perda anormal de proteínas pelos rins, através da urina (superior a 3,5 g por dia no adulto e acima de 50 mg/Kg por dia na criança), levando a redução dos níveis sanguíneos de proteínas (particularmente, albumina). Níveis baixos de albumina no sangue resultam em retenção de líquidos e inchaço (isto é, edema) em algumas partes do corpo, colesterol elevado no sangue, aumento de risco de formação de coágulos (ou seja, trombose) e aumento do risco de infeção. Algumas das principais causas de síndrome nefrótica são:

  • Doença de Lesões Mínimas - a causa mais comum de síndrome nefrótica em crianças pequenas.

  • Glomerulosclerose segmentar e focal - resultante de um processo de cicatrização e fibrose dos glomérulos, com origem imune, genética ou vários fatores combinados. Esta é uma causa frequente de síndrome nefrótica nos adultos. Várias condições podem resultar nesta doença.

  • Nefropatia Membranosa - ocorre devido à lesão e espessamento de determinadas partes dos glomérulos.

Quem está em risco de desenvolver Síndrome Nefrótica

Crianças e adultos de qualquer idade podem ser afetados por uma síndrome nefrótica. Contudo, alguns grupos podem apresentar maior risco dependendo da causa subjacente de síndrome nefrótica.

Quais são os sintomas da Síndrome Nefrótica?

A síndrome nefrótica pode incluir alguns dos seguintes sinais e sintomas:

 

  • Urina espumosa devido à presença de proteínas na urina;

  • “Inchaço” (edema) em diversas partes do corpo, nomeadamente nas pernas e face;

  • Aumento de peso resultante da acumulação de líquidos;

  • Cansaço;

  • Perda de apetite;

  • Aumento dos níveis de colesterol no sangue;

  • Hipertensão Arterial;

  • Anemia;

  • Maior susceptibilidade a infeções;

  • Risco acrescido de formação de coágulos (trombose);

  • Vários dos sintomas estão relacionados com a perda de proteínas pelos rins, através da urina.

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Que testes poderá realizar o meu médico para diagnosticar a Síndrome Nefrótica?

Se os seus sintomas e achados no exame físico sugerirem uma Síndrome Nefrótica, o seu médico poderá pedir análises ao sangue e à urina. Os testes sanguíneos avaliam a função renal, o nível de proteínas (particularmente albumina) e os valores de colesterol; pode ainda ser pedido um painel especial de testes, nomeadamente ao material genético, na tentativa de encontrar algumas causas potenciais que estejam a causar o quadro clínico. As análises urinárias são realizadas para aferir a perda de proteínas. Tal pode ser feito utilizando apenas uma amostra ocasional ou, por vezes, pode ser necessária a colheita de urina ao longo de 24h, para que se possa quantificar de forma mais precisa a quantidade de proteínas perdidas.

 

A ecografia renal é também um exame útil na avaliação destes casos. Habitualmente, a biópsia renal é necessária para confirmação do diagnóstico.

Doctor and Patient

Tratamento da Síndrome Nefrótica

O tratamento da Síndrome Nefrótica depende da causa subjacente. A gestão desta doença varia de acordo com a idade de apresentação, isto é, é diferente para a população adulta e pediátrica.
   O tratamento também varia de acordo com os sintomas e a extensão da lesão renal. Alguns medicamentos anti-hipertensores são úteis no controlo da pressão arterial e ajudam na redução da perda de proteínas na urina. Os diuréticos ajudam na redução do edema. As estatinas podem ser prescritas para baixar os níveis de colesterol. Os doentes que desenvolvem problemas de coagulação, isto é, trombos, podem ser medicados com anticoagulantes, ou seja, substâncias que deixam o sangue mais fluido. Por fim, deve-se garantir que o plano de vacinação se encontra atualizado, dado o risco aumentado de infeções. Em alguns casos, o tratamento da doença de base pode levar à remissão da Síndrome Nefrótica.

Qual é o prognóstico a longo prazo? Posso ficar insuficiente renal por ter uma Síndrome Nefrótica?

A probabilidade de desenvolver insuficiência renal com uma Síndrome Nefrótica depende essencialmente da causa subjacente para esta constelação de manifestações. A Doença de Lesões Mínimas tem um excelente prognóstico e a progressão para falência renal é rara. No entanto, quando se trata de uma Glomerulosclerose Segmentar e Focal, o prognóstico é menos favorável, sendo que 40-60% dos indivíduos afetados desenvolvem Doença Renal Terminal com necessidade de diálise ou transplante em 10 a 20 anos. A Nefropatia Membranosa apresenta um perfil intermédio, com cerca de 30-40% dos casos a evoluírem para falência renal.

Obtenha aqui o panfleto informativo sobre esta doença

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